Mostra de Documentários, Direito e Meio Ambiente - XV Conpedi



MOSTRA de Documentários, Direito e Meio Ambiente
XV CONPEDI – Manaus, 15 a 18 de novembro de 2006.

Exibida no espaço de convívio e circulação do Congresso, seu objetivo foi divulgar documentários que tratassem de temas ligados ao direito e ao meio ambiente, produções que explorassem as relações e complexidades entre os temas e permitissem a comparação entre contextos regionais diversos. Buscou-se incentivar a discussão e reflexão sobre o uso do audiovisual e sua relação com a pesquisa científica, sobretudo, como o universo do direito.

Realização: Núcleo de Imagem, Direito e Meio Ambiente/ Programa de Pós-graduação em Direito Ambiental/ Universidade do Estado do Amazonas.

Apoio: Sony Brasil/ Etno Móveis

 FILMES EXIBIDOS

A Margem do Corpo. Direção Debora Diniz. 2006. Brasil, 43 min. ABA/ Ford Foundation/ Imagens Livres.
A história se passa no interior de Goiás, entre os anos de 1996 e 1998. Deuseli tinha 19 anos quando foi brutalmente estuprada. Impedida de realizar aborto, Deuseli encerra o primeiro ato da narrativa desaparecendo da cidade onde vivia. Meses depois, é protagonista de outro crime, só que agora como assassina da filha de 11 meses. Em um ritual, para alguns histérico, para outros satânico, Deuseli reproduz a cena do estupro e afoga a filha em uma banheira. Ela morre meses depois de causa desconhecida. Entre o estupro, o assassinato e a morte, a vida de Deuseli foi recontada por advogados, médicos e exorcistas.

Amoru, um novo curso para o rio Unini. Produtor: Amoru e Fundação Vitória Amazônica. Apoio: Ibama, Jobast e WWF. Brasil, 2005 (18min).  Contato: http://www.fva.org.br/
Na bacia do Rio Negro, a aproximadamente 200 km de Manaus, está localizado o Parque Nacional do Jaú, no qual vivem cerca de 150 famílias distribuídas ao longo dos rios Jaú, Carabinani, Paunini e Unini. Neste último rio, encontram-se situadas sete comunidades que, juntas, abrangem 2/3 do número total de habitantes do parque. A história destas comunidades não é diferente de outras que presenciaram a transformação do seu território em Parque Nacional e em conseqüência disso, passaram a sofrer restrições no uso dos recursos locais e a conviver com a possibilidade de saída da área A criação desta Unidade de Conservação não levou em conta a presença humana nem as especificidades socioculturais da localidade. A AMORU foi se constituindo a partir de 2000, com trabalhos de organização social realizado pela Fundação Vitória Amazônica – FVA. Dispostos em buscar alternativas para a situação instaurada, os moradores do rio Unini, desde a criação da Associação, propuseram-se a aprofundar as discussões a respeito da criação da Reserva Extrativista do Unini. Este vídeo retrata a luta dos moradores do rio Unini na constituição de sua Associação e também mostra a organização em torno da criação de uma reserva extrativista neste rio.

Bahsariwii – panti – maloca. Direção Andréa Prado. Manaus (31 min), 2005. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Contato: abprado@gmail.com
Ligado ao tema mais amplo da proteção ao patrimônio cultural, o vídeo registra relatos sobre as malocas do Alto Rio Negro, partindo da construção de uma maquete na cidade de Manaus, e contando com participações de Gabriel Gentil e Bonifácio Baniwa. O vídeo fez parte do projeto ‘Inventário das Referências Culturais do Alto Rio Negro’ em Manaus, do IPHAN/ 1ª. SR.

Catadores de Imagens 2006 – Concurso de vídeos/ catadores de imagens - Vídeo-experimentos. Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas – CAUA /UFAM. Curador: Cristóvão Coutinho. Filmes Selecionados (37 min): Lixo que alimenta (4 min.), direção: Saleyna Borges; Só Piaba (4 min.), direção Denise Rodrigues e Adriana Pedro; Benze Rua (5 min), direção Jandir Reis; Churrasquinho um real (9 min), direção: Sandro Marcos Furtado Lima; Beiradão Urbano (6 min.), direção Sandro Marcos Furtado Lima; Cineclubismo em Manau: Imagens e Leituras diferentes (10 min), direção: Alba Araújo Carmo; Pixo-Grafite, pichação e arte de rua (19 min), Darlan Guedes.  Contato: ccoutinhobatista@hotmail.com


O Chiclete e a Rosa. 13’30”, cor, Brasília, 2002. Direção Dácia Ibiapina. Pesquisa e Roteiro: Antonádia Borges e Dácia Ibiapina. Cor Filmes. Contato: antonadia@uol.com.br; fac@unb.br, dacia@terra.com.br
Vendendo cicletes, rosas e outras conveniências em bares noturnos do Plano Piloto de Brasília, crianças e adolescentes, geralmente acompanhadas por adultos (mães, tias, vizinhas, ‘colegas’), moradores das chamadas invasões de Brasília ou de cidades ao seu redor, ajudam a tecer uma rede que põe em contato, temporariamente, dois mundos: Plano Piloto e cidades satélites e ‘invasões’ de Brasília. No filme documentário O chiclete e a rosa, esta prática social é analisada por meio de um grupo de crianças e adolescentes e de seus familiares e vizinhos, com o objetivo de mostrar como ela é vivida e representada por este grupo.


O Direito Achado na Rua.  Direção: César Mendes, José Geraldo de Souza Júnior. Brasília, 22 (min.) 1992.  CPCE – Universidade de Brasília. Contato: cpce@unb.br;
www.cpce.unb.br
O fenômeno jurídico apresentado sob um ponto de vista contemporâneo e crítico, colocando em cheque o monopólio estatal na produção do direito e a tendência positivista de redução do direito tão somente à lei. Identificado sob uma perspectiva dual como campo de manifestação dos confrontos que se dão na sociedade, o direito é visto como um espaço de libertação e de cristalização das transformações sociais. 

Direito, Sobiobiodiversidade e Soberania na Amazônia Argumento Fernando Dantas Direção Homero Flávio (10 min.), 2005. Programa de Pós-graduação em Direito Ambiental/ UEA. Contato: pgda@uea.edu.br, fdantas@uea.edu.br, homeroflavio@hotmail.com
Concebido para ser lançado por ocasião do XIV Congresso Brasileiro do CONPEDI – Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Direito, teve como principal motivação apresentar ao público do Congresso algo da complexidade dos problemas socioambientais que envolvem a região amazônica, objetos de reflexão e do exercício do direito, e que, no entanto, são pouco discutidos no campo jurídico. Guardando também caráter institucional, esse trabalho buscou igualmente apresentar a Universidade do Estado do Amazonas e o Programa de Pós-Graduação em Direito Ambiental.

Epopéia Euclydeacreana – A viagem de Euclides da Cunha ao Acre. 2006 (52 min.). Direção:Rodrigo Neves. Projeto DOCTV II Acre.  Contato: http://www.rodrigoneves.com/; rodrigo.neves@ac.gov.br
Em 1905, Euclydes da Cunha, já então eleito para a Academia Brasileira de Letras e autor de "Os Sertões", foi convidado pelo Barão do Rio Branco para chefiar uma Missão Oficial do Ministério das Relações Exteriores para Reconhecimento do Alto Purus, em uma jornada de um ano, da qual resultou algumas das mais belas páginas já escritas sobre a história do Acre e seu povo. Foi assim que surgiu o roteiro do Documentário "Epopéia Euclydeacrena", que busca resgatar o acontecimento em um processo dialético atual sobre a situação dos "povos da floresta", bem como a rica literatura produzida, posteriormente compilada no livro "À Margem da História", somente editado após a morte de Euclydes da Cunha. Com entrevistas, animações gráficas, filmagens locais e resgate iconográfico, mas sem a pretensão de dramatizar a viagem como da época, o documentário pretende proporcionar ao espectador reconhecer Euclydes como um grande brasileiro, preocupado com seu povo, bem como comparar a situação do amazônida e seu território em um espaço de um século.

Projeto Registro Civil e Cidadania: a justiça ao alcance de todos. (26 min.) Tribunal de Justiça do Amazonas. 2004. Direção: Homero Flávio. Roteiro: Tenório Teles.  Coordenador do Projeto Registro Civil e Cidadania. : Dr. Luis Cláudio Cabral Chaves. Contato: http://www.tj.am.gov.br; homeroflavio@hotmail.com
O filme documenta atividades do projeto “Registro Civil e Cidadania – a Justiça ao alcance de todos”, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Amazonas. O projeto se alicerça no reconhecimento de que o direito à justiça é um bem inestimável do cidadão e garantia inalienável para o fortalecimento da vida democrática do país e do Estado de Direito. O objetivo do projeto é oferecer aos habitantes de comunidades ribeirinhas, no interior do Estado do Amazonas, serviços judiciários em geral, necessários para o gozo da cidadania e o exercício da vida civil.


Quem ainda somos, quem já não somos mais. Vídeo-documentário (28 min.), 2005. Direção Marcio Fernandes e Raoni Valle. Realização: Núcleo de Pesquisas em Ciências Humanas e Sociais - INPA. Contato: http://chs.inpa.gov.br/
 O vídeo aborda dois temas distintos: a formação de cooperativas agropecuárias e extrativistas e a preocupação com os sítios arqueológicos encontrados nas aldeias Mura e em suas proximidades. Apresenta-se dividido em três momentos sutilmente separados, que possuem o mesmo pano de fundo: a interface entre professores e comunidades. O documentário foi produzido através do projeto de pesquisa ‘Os Mura: culturas, técnicas, educação e sustentabilidade para a Amazônia’.

O saber que a gente sabeDiálogos entre conhecimentos tradicionais e científicos na Amazônia (28 min./ 2006).. Direção Andréa Borghi M. Jacinto, Cristiane Derani, Homero Flávio. Programa de Pós-graduação em Direito Ambiental – UEA. Contato: ppgda@uea.edu.br; borghi1@yahoo.com.br; homeroflavio@hotmail.com

A proposta do vídeo-documentário é a de promover um diálogo entre sujeitos que representam diferentes modos de pensar os saberes e conhecimentos tradicionais, e também entre sujeitos sociais que detém e produzem esses conhecimentos, particularmente os que envolvem a cura por meio de plantas. O documentário tem como foco personagens ligados a diferentes posições, tradições e interesses em campos de conhecimentos que envolvem plantas medicinais, como cientistas, raizeiros, benzedores, pais de santo, comerciantes e, também, juristas. Perspectivas e campos de experiência extremamente distintos, mas  colocados em encontro diante dos embates políticos e jurídicos contemporâneos. A proposta do vídeo, mais do que fechar de antemão uma posição sobre a discussão, é levantar seus nós e dilemas, construídos a partir dos depoimentos.

Seu Chico, um retrato. Documentário. Direção. José Rafael Mamigonian. Atalaia Filmes.  95 min. Contato: atalaia@matrix.com.br; http://www.seochico.com.br/
O lavrador Francisco Thomaz dos Santos era personagem vivo da história  quase extinta dos engenhos de cana-de-açúcar, de farinhas e alambiques na Ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis, no litoral sul do Brasil. O filme é testemunho dos encontros dele com a equipe de filmagem, buscando transparecer ao máximo a intensidade emocional dessa experiência, tragicamente interrompida.


Uma história Severina. O cordel, a música, um filme. Direção Débora Diniz. 2005, 23 min. Imagens Livres.  Contato: http://www.anis.org.br/ImagensLivres/ImagensLivres.cfm
Severina teve seu destino alterado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Grávida de quatro meses de um feto sem cérebro, ela estava internada no hospital na mesma tarde em que o tribunal cassou a permissão para interromper a gestação. Era 20 de outubro de 2004. Plantadora de brócolis de Chã Grande, Pernambuco, mulher de Rosivaldo e mãe de Walmir, Severina peregrina por fóruns e maternidades por três meses. Pede que lhe abreviem o sofrimento. O documentário testemunha essa trajetória Severina - conta o longo dia seguinte que os ministros não acompanharam.

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